Recentemente um amigo esteve viajando por Portugal e provou este prato. Segundo ele, um dos mais gostosos da viagem. Resolvi pesquisar, pois nunca tinha ouvido falar e obviamente testar para saber se é boa mesmo. E para não correr riscos, chamei o próprio para degustar com a gente e dizer se ao menos se parece com o que ele provou durante a viagem. Afinal, amigos são pra isso mesmo... Então vamos ao que interessa.
Esta receita é típica dos nossos patrícios bigodudos, mas precisamente da região da Beira Litoral. Originariamente é feita com carne de cabra/bode. Eu fiz com carne de cordeiro/carneiro, ora pois.
Tu vais precisaire de:
~ Aproximadamente 1,5kg de carne de cabra/bode/carneiro/cordeiro, cortada em pedaços de tamanho médio.
~ 130ml de azeite (português, vai)
~ Punhado de sal grosso
~ Colorau
~ 2 ou 3 cabeças de alho inteiras e sem neurônios
~ Folhas de louro
~ 1 Ramo de alecrim
~ Pimenta do reino para moer na hora
~ Uma garrafa de vinho tinto (português?)
~ Uma panela de barro
Como fazêire:
Esta receita só não é mais fácil do que preparar um pão com ovo.
Coloque os pedaços de carne de maneira organizada junto com as cabeças de alho inteiras, com casca e tudo. Rasgue umas folhas de louro, coloque por cima, jogue o sal grosso distribuído, sem excesso, por toda a panela assim como o colorau. Moa um pouco de pimenta do reino. Despeje o azeite lentamente por toda a panela, regando bem os pedaços de carne e as cabeças de alho. Para finalizar despeje uma garrafa de vinho inteira por sobre as carnes. Tampe e deixe marinando de um dia para outro. Em seguida, leve ao forno (isso mesmo. Ao forno!) na temperatura mais baixo que der (entre 140 e 160 graus). Deixe lá dentro e esqueça.
A previsão é que leve mais de 3 horas cozinhando lentamente. Para compartilhar com vocês a minha expectativa, resolvi escrever a receita neste “pequeno” intervalo.
Portanto, não sei bem como vai ficar. Mas prometo ir atualizando. Abaixo, a primeira foto é da organizaçao dos ingredientes. A segunda, tirei após 1 hora de forno, para ver como estava todo mundo.
Em breve atualizo com mais fotos.
Up Date:Bom... ja adianto que não são três horas de cozimento...
Neste momento a Chanfana à Dorival Caymmi completa 5 horas de forno. A foto pode ser vista abaixo. Apesar da demora, o cozimento lento está deixando a carne bem macia e suculenta. Como irei servir somente amanhã a noite, irei manter mais uma hora no forno, somente então desligo o fogo e deixo a carne "descansando" até amanhã. Antes de servir, irei aquecer a penela, já no fogão, mas em fogo baixo.
Amanhã eu posto o "gran finale".
up date 2:Depois de passar toda a segunda feira apurando, tirei a panela do forno e coloquei no fogão para finalmente servir a tão esperada chanfana. A carne estava super macia e soltando completamente. Enquanto esquentava em fogo baixo, preparei um arroz com macadamias e cozinhei algumas batatas bolinha.
Abri um bom vinho português e servi.
O prato realmente é uma delicia, de sabor bastante apurado e marcante. Abaixo a foto do resultado final e a cara dos provadores de plantão... apesar da demora vale muito a pena experimentar.
E como dizem os portugas quando se despedem: tchau!
Por "chef Di Menezes"Resultado Final
Provadores de Plantão
Last Up Date
Hoje, dia 21/08 eu resolvi fazer novamente a Chanfana e inclusive atualizar a receita.
A primeira coisa que fiz, nesta segunda versão foi não usar cebola. Como o objetivo do cozimento lento é deixar um molho bastante grosso e quando usamos a cebola, junta muita "água". Então, estou testando sem cebola.
abaixo a foto dos ingredientes em plena marinada.
Depois de marinar, deixei-a no forno por 6 horas e meia, num cozimento lento. As carnes ficaram supermacias e o molho bastante encorpado. Aconselho que nas últimas três horas, você ponha as batatas pequenas, para que peguem o gosto do caldo. Se precisar acrescente mais vinho. Essa chanfana levou praticamente uma garrafa e meia de vinho tinto, para algo em torno de 2,5kg de carne.
Quando completar as 6h de forno, desligue e deixe a panela dentro do forno mesmo, para que vá esfriando lentamente, até o dia seguinte. Meia hora antes de servir, aqueça tudo, neste caso, direto no fogão mesmo. Desta vez fizemos também um arroz, só que com amêndoas, no lugar das macadâmias. Ficou delicia total.
O Gran Finale:
Está o final de tudo.
Espero que apreciem.
encerro novamente, como os portugas costumam se despedir dos amigos:
"au revoir" ou "до свидания"
b
y Adauto Menezes