10 de abr. de 2010

Nordestinos na Cozinha por Gabriel Jardim

Gabriel Jardim tem a arte no sangue e faz parte deste blog.

Temaki com Molho Tarê


Segue um passo a passo do saboroso Temaki.

Sem muitas palavras hoje.

A Peleja do Arroz:

Lave muito bem o arroz (tipo japonês grão curto) em uma peneira até que a água corra límpida. Deixe o arroz descansar por 30 minutos depois de lavado.

Coloque em uma panela a água e o arroz (opcional: coloque a alga chamada DASHI KOMBU). Tampe bem e leve ao fogo moderado até a água ferver. Ferva por 1 minuto em fogo forte e abaixe o fogo ao mínimo.

Cozinhe tampado por cerca de 15 minutos (utilize a experiência que você tem com o arroz normal). Apague o fogo e deixe o arroz descansar por 10 minutos em panela tampada. Enquanto aguarda, coloque em uma pequena panela 1/4 de xícara de vinagre, 100 gramas de açúcar e uma colher de chá de sal. Leve ao fogo baixo para que o açúcar dissolva. Reserve.

Despeje o arroz cozido em uma assadeira e regue com a mistura de vinagre, misturando delicadamente com uma espátula e esfriando rapidamente o arroz preferencialmente com um leque ou abano.

A Peleja do Temaki:

Passo 1

Com uma faca grande e bem afiada corte o salmão em fatias, depois em pedaços bem picados. Faça o mesmo com o cebolinho e misture com o salmão.

Passo 2

Abra bem a folha de nori sobre uma das mãos. Espalhe o arroz em metade da alga.


Passo 3

Logo em seguida, coloque o salmão por cima do arroz, de modo que fique centralizado.



Passo 4

 Para finalizar, enrole a alga, com cuidado (mas firme), com a outra mão livre, de modo a formar um cone. Sirva imediatamente.


Acompanhamento:

Para saborear essa iguaria japonesa utilize o molho tarê.

Molho Tarê:

½ xícara de chá de açúcar
½ xícara de chá de shoyu
1 xícara de café de saquê
1 xícara de café de saquê mirim  

Para o molho, acrescente todos os ingredientes e reduza a 1/2 (até ficar um melaço).

Inté!!!

3 de abr. de 2010

Simplesmente um Frango Assado


Aqui vai mais uma receita simples, rápida e que agrada a todos. Quem ainda não comeu um frango assado com farofa em pleno domingão? Aqui em Sampa demorei para perceber que a palavra GALETO (nome dado ao frango assado na minha terra) não se usa muito e como sempre alguém do lado de lá do balcão emitia o seguinte som:

- Hein?

Pois bem, segue uma receita do grande Chef István Wessel que me lembra bem de longe o grande Galeto do Restaurante Alvorada no bairro do Derby em Recife - PE. Ali é GALETO!!! Aqui é um belo de um frango assado.


Ingredientes:

1 frango cortado em partes
½ xícara de azeite extra virgem
½ xícara de alecrim fresco
¼ de xícara de suco de limão
½ xícara de vinho branco seco
6 dentes de alho cortado em laminas finas
1 limão descascado, sem sementes e picado
sal grosso e pimenta do reino branca moída na hora

A Peleja:

Em primeiro lugar, separe as partes do frango; coxas, sobre-coxas, asa, coxinha da asa e cada peito corte em dois. Tudo com osso. Junte todos os ingredientes do tempero em uma tigela funda. Coloque os pedaços de frango e deixe marinando por uma hora, virando umas 3 ou 4 vezes para misturar bem.

Aqueça o forno para 200 ºC. Espalhe os pedaços de frango em uma assadeira.

Coloque no forno com todo o molho da marinada.

Asse por 40 minutos regando a cada 10 minutos. Pronto!


2 de abr. de 2010

Bobó de Camarão com Mandioca



Dando uma fuçada na história deste magnífico prato descobri que os índios apreciavam tanto os camarões que a tribo mais poderosa do Nordeste colonial era conhecida dos portugueses como potiguares, ou “comedores de camarão” (em tupi, o camarão chama-se poti).

Alguns índios se identificavam de tal forma com o camarão que chegavam a adotá-lo como nome próprio. Daí a grande quantidade de índios chamados Poti. O bobó, além do camarão, leva também inhame. O inhame é de origem africana.

A motivação religiosa de pratos baianos – e o bobó é um deles – faz com que alguns pratos sejam como peças de um mosaico ritualístico, visando a aproximar o homem das entidades sobrenaturais. Assim, o candomblé e a culinária deram-se as mãos em louvor aos orixás.

Aqui vai mais uma receita e desejamos a todos uma Feliz Páscoa!!!

 Ingredientes:

1 k e meio de camarão rosa médio com casca
500gr de Macaxeira (Aipim no Rio de Janeiro e Mandioca em Sampa)
1 pimentão vermelho picado
1 tomate grande
2 cebolas picadas
6 dentes de alhos amassados
um terço de xícara(cha) de óleo soja
um terço de xícara(cha) azeite de dendê
1 pitada de pimenta do reino
1 vidro de leite de coco
coentro, pimenta do reino e sal a gosto

A Peleja:

Ao descascar os camarões, junte as cascas e a cabeça para ferventá-las em dois litros e meio de água, coe esta água e nela cozinhe a mandioca com um pouco de sal, depois de cozida tire os fios do centro da mandioca e bata-a no liquidificador na mesma água que ela foi cozida.

Aqueça o azeite de dendê com o oleo de soja, e refogue os elementos nesta ordem:

- o alho (doure-o)
- a cebola
- o tomate
- o pimentão vermelho
- o camarão

Acrescente o leite de coco e na seuqencia junte o creme obtido com a mandioca cozinhando tudo por alguns minutos (sem esquecer o sal e a pimenta).

Pronto!!!

Briga na Procissão - Autor: Chico Pedrosa.


Quando Palmeira das Antas
pertencia ao Capitão
Bento Justino da Cruz
Nunca faltou diversão:
Vaquejada, cantoria,
procissão e romaria
sexta-feira da paixão.

Na quinta-feira maior,
Dona Maria das Dores
No salão paroquial
reunia os moradores
E ao lado do Capitão
fazia a seleção
de atrizes e atores

O papel de cada um
o Capitão que escolhia
A roupa e a maquilagem
eram com Dona Maria
O resto era discutido,
aprovado e resolvido
na sala da sacristia.

Todo ano era um Jesus,
um Caifaz e um Pilatos
Só não faltavam a cruz,
o verdugo e os maus-tratos
O Cristo daquele ano
foi o Quincas Beija-Flor
Caifaz foi Cipriano,
Pilatos foi Nicanor.

Duas cordas paralelas
separavam a multidão
Pra que pudesse entre elas
caminhar a procissão
Cristo conduzindo a cruz
foi não foi advertia
Pro centurião perverso
que com força lhe batia
Era pra bater maneiro
mas ele não entendia
Devido a um grande pifão
que bebeu naquele dia
Do vinho que o capelão
guardava na sacristia.

Cristo dizia: ôh, rapaz,
vê se bate devagar
Já estou todo encalombado,
assim não vou aguentar
Tá com a gota pra doer,
Ou tu pára de bater
ou a gente vai brigar.

O pior é que o malvado
fingia que não ouvia
E além de bater com força
ainda se divertia,
Espiava pra Jesus
fazia pouco e dizia
Que Cristo frouxo é você,
que chora na procissão
Jesus pelo que eu saiba
não era mole assim não.

Eu tô batendo com pena,
Tu vai ver o que é bom
Na subida da ladeira
da venda de Fenelon
O couro vai ser dobrado
Daqui até o mercado
a cuíca muda o som.

Naquele momento ouviu-se
um grito na multidão
Era Quincas que com raiva
sacudia a cruz no chão
E partia feito um maluco
pra cima de Bastião
Se travaram no tabefe,
ponta-pé e cabeçada

Madalena levou queda,
Pilatos levou pancada
Deram um bofete em Caifaz
Que até hoje não faz
nem sente gosto de nada.

Desmancharam a procissão,
o cacete foi pesado
São Tomé levou um tranco
que ficou desacordado
Deram um cocorote
na careca de Timóti
que até hoje é aluado.

Até mesmo São José,
que não é de confusão
Na ânsia de defender
o filho de criação
Aproveitou a garapa
pra dar um monte de tapa
na cara do bom ladrão.

A briga só terminou
quando o Doutor Delegado,
Interviu e separou:
cada Santo pro seu lado
E desde que o mundo se fez,
Foi essa a primeira vez
Que Cristo foi pro xadrez,
Mas não foi crucificado