21 de mai. de 2008

Sushi woman

Dizem que as mulheres não têm uma boa relação com o peixe cru para sashimi.
Os que defendem essa idéia, alegam que nossas mãos (as das mulheres) são muito calientes, e por isso, quando tocamos no peixe cru, pode haver uma mudança na textura do peixe...

Bem...

Eu sou chegada em desafios e tenho uma resistência tremenda a esse tipo de opinião: mulher não pode isso, homem não pode aquilo...

E é por isso mesmo que venho testando algumas receitas de comida japonesa, que particularmente me deixa bastante apetecida, e essa receita que vou postar, foi a que teve a maior aceitação entre as que saíram do meu laboratório-cozinha.

Vamos à receita?

Sashimi diferente de atum (para 2 pessoas)
1 filé de 1/2 kg de atum fresco
2 xícaras de Shoyu
1 col. sopa de Melado de cana
1 col. chá de Wasabi (raiz forte)
1 faca bem afiada
100 gr de gergelim comum ( o branquinho)
1 frigideira anti-aderente
1 pirex de vidro
Papel filme

1º passo:
Corte o filé de atum, de uma maneira que ele fique em "bifes" mais finos


2º passo:
Lembra das suas aulas de geometria?
Então pegue um dos "bifes" de atum, que tem o formato triangular, e corte-o em pequenos triângulos



3º passo:
Disponha esses "triangulinhos" em um pirex de vidro como na foto abaixo


4º passo:
Faça o molho com 2 xícaras de shoyu, 1 colher de sopa de melado de cana e 1 colher de chá de wassabi. Misture bem e coloque no pirex com os pedacinhos de atum, de maneira que cubra-os por inteiro ou quase isso....

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5º passo:
Cubra o pirex com papel filme e leve à geladeira por 2 horas.
Após esse período, o atum terá absorvido uma parte do molho, e estará pronto para os passos finais



6º passo:
Aqueça uma frigideira anti-aderente, não acrescente gordura nenhuma.
Você vai colocar os pedacinhos de atum, e ir selando-os, lembrando de selar 3 segundos cada lado. Isso irá garantir que o atum fique com cozido por fora, e cru por dentro!


7º passo:
Passe os pedacinhos de atum por um prato com gergelim (pode ser branco ou preto, mas o branco fica bonito por causa do contraste de cores)



E voilá!!!!

15 de mai. de 2008

Cogumelos na cachaça

Ingredientes:

200 gr de shimeji
200 gr de shitake
2 colher(es) (sopa) de manteiga
4 colher(es) (sopa) de shoyu
4 colher(es) (sopa) cachaça
Cebolinho
Preparo:

1. Lave o shimeji e divida os tufos.
2. Lave o shitaki separando o chapéu do cogumelo do talo e depois cortar o chapéu em tiras não muito finas.
3. Numa panela ou frigideira grande, derreta a manteiga e acrescente os cogumelos mexendo sempre, por aproximadamente 8 minutos em fogo baixo, ou até começar a soltar um pouco de água.
4. Acrescente o shoyu, sempre mexendo por mais uns 2 minutos e logo após a cachaça e deixe por mais uns 2 minutos. É importante que os cogumelos mantenham um pouco da sua textura, não deixe cozinhar demasiadamente.
5. Acrescente o cebolinho.
6. Sirva acompanhado de um arroz branco.

Bom apetite!
Abraço

10 de mai. de 2008

Hamburguer de Picanha (Que pecado!!!)


Bem, o pecado nisso tudo é fazer com que a picanha seja reduzida a uma carninha moída. Mas tudo bem, feche os olhos e peça ao rapaz do açougue para moer a bichinha. Caso ele indague se é isso mesmo que você deseja, se faça de desentendido, olhe pro relógio e responda baixinho que sim.
Esse cuidado todo é para garantir sua integridade física, pois pode ter no ambiente alguém que conheça um pouco sobre carnes e com certeza vai querer tirar satisfações sobre o crime que você está cometendo.

A minha primeira vez foi um pouco difícil pois tive que correr por três quarteirões de 2 gaúchos e 3 argentinos.

Vamos a receita rápida e descomplicada (um lanchinho básico).

INGREDIENTES:

½ quilo de picanha
½ envelope de creme de cebola
1 ovo inteiro
1 Cebola
Coentro e cebolinho
Sal e pimenta a gosto

O PREPARO:

Em um recipiente, coloque a picanha moída, o creme de cebola, a cebola bem picada, o ovo levemente batido, o coentro, o cebolinho, o sal e a pimenta;

Misture com gosto para se agregarem;

Modele a carne na forma do hamburguer

Frite em óleo quente (o ideal é fazer em uma firgideira de teflon pois assim não é preciso de muito óleo, apenas uma colher de sopa resolve para uma unidade);

Sirva com pão de hamburguer.

ACOMPANHAMENTO:

Uma coca bem gelada.

P.S Hamburguer não só se come com pão, viu. O ideal pra pão é um belo ovo frito.

Abraço.

7 de mai. de 2008

Às pressas

Couscous Marroquino e Bife de Patinho....humm...delícia!!!!

Esse post é em homenagem à minha amiga Djanira...Porque ela que me mostrou como o couscous marroquino é delicioso e, principalmente, rápido!

Não que lá pelas bandas das Alagoas esse ingrediente não existisse...até existe...minha tia Léo faz como se fosse um tabule. Ela chama de "Tabule de Sêmola", serve frio, com tomate, cebola, coentro, e camarões graúdos...fica um escândalo de bom.

Mas falando do bicho, vamos a algumas informações técnicas...

Vale a pena comprar no Santa Luzia, porque no Pão de Açúcar, por incrível que pareça é mais caro (R$16,20 contra R$5,60 do Santa).

Anyway, ele é importado da França, mas é de origem Marroquina...100% feito de sêmola de trigo duro. É uma delícia.

Vai bem frio ou quente. Substitui tranquilamente o arroz, e combina muitíssimo bem numa salada...Custa mais do que o arroz, mas rende muuuuuito.

Uma xícara de couscous, depois de misturado com o caldo, duplica seu volume e serve tranquilamente 4 pessoas.

Sugestão para o almoço de hoje...












1º passo:
coloque meia xícara de couscous marroquino num prato fundo

2º passo:
misture com meia xicara de caldo (esse da foto é de legumes...eu faço assados de legumes e congelo o caldo para usar em couscous e risotos...mas é claro que os mortais como Chef Di Menezes e Chef Lula Carvalho vão usar caldo knorr mesmo)

----O couscous fica pronto em 5 minutos----

----Você só precisa conferir o tempero, ver se precisa sal, se quer acrescentar pimenta do reino...----

3º passo:
tempere com sal e pimenta do reino bifes de patinho.

O patinho foi uma grande descoberta para mim.

Originalmente, achava que só ficava bom pra carne moída...Um dia, trouxe por engano uma bandejinha de patinho cortado em bife.

E, voilá!!!

É mais macio e mais barato do que contra-filé, alcatra...

Olha ele pronto aí:


Use uma frigideira bem quente, com um fio de azeite para fritá-lo.

Durante a preparação, fica bom acrescentar um pouquinho de molho inglês!!!

Gente, isso tudo demorou uns 20 minutos no máximo pra ficar pronto, e o resultado final...hummm...

Confiram:

6 de mai. de 2008

Mangiare che te fa bene


Acredito que comer seja uma das maiores alegrias das pessoas. Seja apenas para matar a fome, seja para matar um desejo, seja tão somente um passaporte para reunir os amigos. Hoje é cada vez mais comum aos prédios recém construídos possuírem um “espaço-gourmet”, local reservado para que o morador possa convidar os mais chegados e preparar alguma guloseima.
Porém, seguindo a corrente contrária, o excesso de preocupação com o peso, ou com a falta de forma, leva às pessoas a comerem com culpa ou a simplesmente não comerem. Este péssimo hábito, além de não ajudar em nada quem quer manter a forma, contribui para o aparecimento de doenças, como a anemia e ainda impede que o sujeito desfrute de todos os prazeres de uma boa refeição. Os médicos, principalmente os nutricionistas, são categóricos ao recomendar uma alimentação saudável e balanceada. Orientam que o indivíduo deve comer pequenas porções pelo menos seis vezes ao dia. Uma alimentação variada é o caminho para uma vida livre de culpas e do excesso de peso na consciência.
É óbvio que não se deve comer uma rabada diariamente, ou jantar uma costela de boi. Porém, ter o hábito de reunir os amigos diante de uma mesa e desfrutar de uma tertúlia é muito mais saudável e enriquecedor do que se preocupar se aquela calça jeans tamanho 36 vai ou não caber no seu corpinho. Se você acha que está acima do peso, procure um nutricionista. Este é o profissional adequado para compreender quais seus hábitos alimentares e qual a melhor forma para você manter sua saúde comendo, reunindo os amigos e se divertindo.
Já há muito tempo que nós, eu, a Clara e o Lula, cultivamos o hábito de “preparar uma coisinha” e de convidar os amigos para uma bela refeição. Não somos chefs de cozinha nem tiramos nosso sustento da culinária. Muito pelo contrário. Somos três malucos, “perdidos” em São Paulo e isso é o nosso hobby. Se você está em paz com sua consciência, aqui no site você encontra algumas receitas para se divertir. A idéia deste blog não é apenas divulgar as receitas que aprendemos. Mas de principalmente quebrar o tabu e mostrar que a cozinha não é lugar de mulher. É principalmente um ambiente onde se pode estreitar relações e proporcionar momentos únicos. Assim, procuramos desmistificar as receitas, usando uma linguagem simples e com muito bom humor. Desta forma, até o Zezinho, menino criado por vó, é capaz de fazer um prato e desfrutar de uma bela refeição. É como dizem os nordestinos lá do alto sertão pernambucano: ô bichinho, mangiare che te fa bene, visse?!


Adauto Menezes, Vulgo “Chef Di Menezes”

Costela bovina na panela de pressão


A mulher foi feita da costela do homem... imagine se fosse da costela bovina

Segundo a visão Judaica, tal como Adão, Eva também foi criada diretamente por Deus. Diz a narrativa que Deus teria tomado uma costela, ou um "lado" de acordo com a tradução de Rashi (rabino francês) de Adão, enquanto este encontrava-se em sono profundo.

Nesta receita fica claro que se realmente a mulher foi criada a partir de uma costela, a única a sua altura seria a costela bovina e não a de Adão.

A costela bovina é o corte com maior variedade de texturas, sabores e aromas dentro de uma mesma peça. Tem uma generosa camada de gordura, carne com fibras longas e detém o recorde de nomes diferentes para seus sub-cortes: ponta-de-agulha, janela, minga, costela de ripa, costela de tira, pandorga, assado, costelão e outros regionais. Por ser uma carne dura, requer preparo demorado. Paciência é um dos ingredientes de qualquer receita de costela.

Logo, percebe-se as semelhanças dos adjetivos.

A que utilizo é a ponta-de-agulha, que tem um pouco de tudo (osso, carne e gordura).

Fique claro desde já, que as comparações aqui apregoadas são meramente lúdicas.

Vamos a mais uma receita leve e prática.



Os Ingredientes:

2,5k de costela bovina(ponta-de-agulha)
3 colheres de sopa de azeite extra virgem
Sal e pimenta a gosto

O Molho:

1 cebola
1 pimentão vermelho
1 tomate
1 cenoura
½ xícara de molho de soja (Shoyu)
2 cubos de caldo de carne
1 copo (300ml) de vinho tinto
2 colheres de sopa de farinha de trigo

A Peleja:

Corte a costela, coloque os pedaços na panela de pressão, ainda destampada e refogue no azeite com sal e pimenta a gosto.

Enquanto a costela refoga, faça o molho.

Para o molho acrescente todos os ingredientes no liquidificador e triture até virar uma pasta.

Acrescente o molho na panela de pressão onde você está refogando a costela e tampe a mesma.

Quando a panela de pressão começar a ferver (sair o vapor), abaixe o fogo e marque o tempo em 45 minutos de cozimento.

Seja paciente com a menina que você vai ter sucesso.

Após os 45 minutos, desligue o fogo e com cuidado coloque a panela de pressão ainda fechada debaixo de água corrente para retirar com mais rapidez a pressão.

Está pronto. Acrescente um pouco mais de sal, se necessário, coentro e cebolinho pra dá um gostinho.

Acompanhamentos:

Uma rede velha num terraço no melhor do fim do dia.
Um palito de dente
Um chapéu caído na testa bem rente
E uma viola cheia de melodia.


Abraço!!

Rabada ao Lexotan




Vou aproveitar uma idéia do Lula e sugerir uma receita hiper-mega-extra-power-fácil.
Trata-se de uma rabada com lingüiça calabresa ao Lexotan. O troço é bom, gostoso e bota até o mais hiperativo pra dormir. Anote aí o que você vai precisar:

- 1,5kg do rabo do boi;
- 1kg de lingüiça calabresa;
- 5 cebolas grandes;
- um pouquinho de alho (uns dois dentes);
- sal;
- azeite;
- farinha de mandioca branca;
- Arroz branco
- uma panela de pressão;
- dois fósforos;
- um fogão a gás;
- um dia de sol;
- algumas cervejas;
- um bom congelador;
- um abridor de garrafas;
- copos;
- Cd’s do Aviões do Forró, Saia Rodada e Calcinha Preta;
- um toca CD decente.

Modus Operandis:

Olhe pela janela. Confirme que o céu está azul e que o dia vai ser daqueles, com o sol de rachar o quengo. Ligue o som. Ponha o CD do Aviões. Aumente o volume. Pegue as cervejas e ponha no congelador. Deixe uma de fora pra provar e saber se o lote está válido. Abra a cerveja com o abridor de garrafas e ponha no copo. Beba.

Agora, já hidratado, pegue a rabada e faça uma lipo nela. Tire toda a gordura que tiver em excesso. Pegue as cebolas e corte em tiras e se a cerveja deixar, em tiras finas. Eu sei que é muita cebola, mas é por aí. É provável que você chore um bocado cortando as cebolas. Aproveite as lágrimas e diga a sua mulher que você a ama. Ela vai acreditar que você mudou e que agora é um homem romântico.
Pegue o azeite e regue o fundo da panela de pressão (é da panela, visse?! Não vá confundir as rabadas). Vá jogando a cebola toda dentro da panela de maneira que forme uma “cama”, uma camada bem grande apenas de cebola. Jogue um sal e um pouco de alho (os dois dentes picados). Ponha a rabada e as lingüiças. Tampe. Pegue um fósforo e acenda o fogo. Ponha a panela em cima do fogo, de forma centralizada. Deixe o fogo entre baixo e médio. Abra o congelador, tire outra cerveja. Abra-a. Ponha no copo. Beba.

Perceba que não vai água na panela. A rabada vai cozinhar no caldo que vai derreter da cebola e da própria carne. Por isso que é importante bastante cebola. Deixe cozinhando de meia hora a quarenta minutos (a contar de quando a panela começar a chiar). Enquanto você espera, vá ouvir música e tomar cerveja. Agora que você disse que amava sua mulher, tire ela pra uma dança e mostre que você não é apenas um cozinheiro de final de semana. Se você não for versado na dança (feito este que vos escreve), prepare um arroz branco. Só não vá esquecer da porra da panela no fogo!
Quando der os 40 minutos, desligue o fogo e jogue a panela debaixo da água fria para tirar a pressão. Abra a panela e aprecie seu conteúdo. Se você fez tudo certo, é provável que exista um caldo grossinho e a rabada esteja “derretendo”.
Pegue uma outra panela, jogue o caldo da rabada dentro. Pegue o fósforo e acenda o fogo. Pegue a farinha e vá pondo aos poucos (eu disse aos poucos) dentro desse caldo e vá mexendo de forma rápida (sem sujar o fogão inteiro, por favor! Senão as declarações que você fez pra sua mulher não vão servir pra nada!).
Ponha a farinha lentamente e mexa até perceber que o caldo está engrossando. Isso que você está fazendo é um “pirão” e irá acompanhar a sua rabada. O ponto do pirão é a gosto de cada um. Tem gente que prefere ele mais grosso e outros ele mais ralo. Resolva! Quanto mais farinha, mais grosso. Só não ponha muita farinha, senão ele vai ficar todo emboloado e muito grosso. Quando achar que está no ponto, desligue o fogo.
Ponha a rabada numa travessa. Despeje o pirão num outro recipiente qualquer. Pegue uma boa pimenta. Pegue mais uma cerveja. Ponha tudo em cima da mesa. Chame os amigos e coma até não caber mais. Quando acabar de comer, se despeça (diga tchau) dos seus amigos. A rabada ao lexotan apaga o sujeito em no máximo 10 minutos após sua ingestão.
Bons sonhos.

Chef Di Menezes