A cozinha é um lugar interessante. Uns dizem que é o melhor lugar da casa. Outros, que é o pior. Dizem até que o que ocorre dentro de uma cozinha assemelha-se ao que ocorre dentro de um quarto. E o que acontece entre quatro paredes, assim deve permanecer. Eu discordo!
Na cozinha, como no quarto, tem espaço para contar estórias e histórias, aventuras e desventuras e principalmente, contar vantagens! Quem nunca ouviu alguém dizer que arrepiou entre as quatro paredes de uma cozinha? Tem sempre um pra dizer que faz melhor. Mas por certo, que é um espaço democrático, onde é permitido unir povos, culturas, religiões, idades, credos, idiomas e muita criatividade. Apesar das regras é um ambiente livre. Onde tudo pode.
Eu sou um apaixonado pela cozinha, em todas as suas dimensões. Adoro as panelas, principalmente as de barro e de ferro, adoro aqueles utensílios muitas vezes inúteis, adoro os temperos e adoro inventar. Sempre fui um curioso desde pequeno. Vivia por perturbar a paz de Maria, que era a nossa cozinheira há vários anos. Ela trabalhava com um pano de prato pendurado no ombro e não muito raro me expulsava da beira do fogão, sacudindo o pano de prato e reclamando que ali não era lugar de criança. Ainda bem que minha mãe, depois, com calma, me ensinava as receitas e os segredos. E mesmo morando fora de casa há alguns anos, quando tenho alguma dúvida, pego telefone e ligo pra ela.
Na minha casa, quando tinha festa, era na cozinha onde juntava mais gente. Hoje, sempre que posso, procuro me divertir à beira do fogo (sempre lembrando da Maria e seu excesso de cuidados para que eu não me queimasse) seja preparando invenções, seja preparando qualquer quitute, nordestino ou não, acompanhado de bons amigos e de muitas estórias. Só não vale contar vantagem. Diferente do quarto, na cozinha todo mundo fica sabendo da verdade. E ai eu pergunto: e quando a comida não dá certo? E quando sai tudo diferente do que foi pensando? Bom... como diria Lula, frita um ovo e come com pão. Se ainda sair errado?
Pede uma pizza!
Bom apetite a todos e até a próxima.
Adauto “Di Menezes”
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